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Terapia Hormonal (TH ): “VILÃ OU MOCINHA?” Vamos entender melhor?

Os primeiros relatos sobre a TH vêm da década de 1940. Naquela época é que primeiro se observou o link entre fogachos e menopausa.
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Devido a isto, a reposição realizada em inúmeras mulheres, tornou-se um sucesso: as mulheres melhoraram muito os seus sintomas.

Mas, um tempo depois, começou-se a observar um aumento do espessamento endometrial, aumento de casos de sangramento vaginal e aumento de casos de câncer de endométrio. Foi, por assim dizer, um “banho de água fria”. Hoje, sabemos que isso aconteceu devido à falta de se administrar o hormônio progesterona ao estrogênio que era dado na terapia hormonal daquelas mulheres.

E, somente na década de 80 e 90 a TH voltou e mostrou também que, além da melhora dos sintomas, ela era benéfica para o coração porque protegia contra as doenças cardiovasculares (DCV) e também contra a pressão alta, além de diminuir os riscos de infarto; nessa época, lembro-me bem, os cardiologistas encaminhavam as mulheres para nós ginecologistas, para iniciarmos a TH das mulheres.
Mas outro “banho de água fria” estava para chegar…

No início dos anos 2000 começou um estudo sobre a reposição hormonal que se chamou WHI (“Iniciativa da Saúde da Mulher”). Pois bem, este estudo revelou a máxima de que “a medicina é a ciência das verdades transitórias” e que podemos nos surpreender sempre: este estudo mostrou que a TH não protegia o coração da mulher, mas sim, a TH piorava (???!!): aumentava o risco de DCV e além disso, aumentava o risco de câncer de mama; este foi o segundo “banho de água fria”.

Em 2002, nós ginecologistas atuantes até àquela data, nunca havemos de nos esquecer da notícia, veiculada em horário nobre do Jornal Nacional, referente às conclusões do estudo do WHI. A divulgação dos resultados desse estudo deixou-nos todos nós, ginecologistas que prescreviam TH, literalmente “perdidos” pois não era isso que se pregava até então; além disso, estávamos acostumados com as conclusões de estudos chegando até nós, através de congressos de especialidade e não em rede nacional, simultaneamente à toda a população e também às nossas pacientes.

O resultado de tudo isso? As mulheres que tomavam hormônios pararam de tomar e os médicos pararam de prescrever pois, naquele momento, estavam (mais uma vez) sem o devido respaldo científico.
Mas, o conhecimento está sempre tentando se suplantar…sempre em movimento.

Hoje, entendemos que o WHI foi bom porque mostrou que precisava haver sim, um critério para prescrição: idade, tipo, dose, via, indicações e contraindicações pois, até então, não havia um tipo de avaliação mais pormenorizada. Embora houvesse esse importante benefício do WHI, entendemos que ele agiu como “uma linha divisória”: saímos “do exagero nas prescrições de TH” e fomos para uma verdadeira “aversão” à TH.

Era preciso, mais uma vez, de um ponto de equilíbrio (mocinha ou vilã?)
Em 2013, houve um estudo nos EUA (por Phillip Sarrel, em Yale School of Medicine) mostrando que, na década de 2000, nos EUA houve um aumento de mortes prematuras de mulheres por DCV. E foi aí que surgiu o “ponto de equilíbrio”: sim, a TH protege contra as DCV mas é preciso critérios e citamos alguns: quanto mais próxima da data da menopausa a TH se torna melhor; não se pode prescrever TH para qualquer mulher, em qualquer dose, com qualquer hormônio.
Mas o WHI é considerado como um estudo livre de contestações?
Não!!!

Podemos dizer que o WHI não diferenciou as mulheres do estudo em suas diferentes idades ; também não respeitou a “janela de oportunidade” diferente entre as mulheres (isto é, é sabido, como já dissemos que, quanto mais perto da menopausa a mulher começar a TH, maiores serão os benefícios e menores os riscos associados) ; não considerou as mulheres que faziam a TH previamente e as que não faziam; não levou em consideração mulheres com útero e sem útero e aplicaram o mesmo hormônio com a mesma dosagem em todas as pacientes .

Então, apesar dessas importantes ponderações, pensando bem, este estudo foi bom porque hoje sabemos que precisamos avaliar cada paciente em sua individualidade: sua idade, o seu tempo de menopausa, as comorbidades preexistentes e, só assim, escolhermos a melhor prescrição para cada uma delas.

O certo é que estamos no momento de recuperarmos esse “tempo e espaço perdidos” da falta de TH, corrigindo este rumo, avaliando individualmente muito bem cada mulher, indicando medicações semelhantes ao que o organismo dela já produz ou produzia antes da menopausa, além de doses mínimas que mantenham a eficácia esperada.

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